Em quatro anos o Brasil registrou 62.804 mortes por suicídio, a maioria de jovens e homens, numa taxa de 9 mortes por 100 mil habitantes. As mulheres lideram as tentativas, 69% dos casos registrados
No mês da campanha Setembro Amarelo, organizada nacionalmente pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) desde 2014 e com todo dia 10 do mês instituído como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, o Brasil registra que mais de 62 mil pessoas, na maioria jovens, desistiram de viver. A maioria (62%), o fez por enforcamento.
O Ministério da Saúde divulgou em 21 de setembro, o primeiro Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil. O documento destaca os jovens, principalmente homens e indígenas como maiores vítimas e alerta para a alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos. Nessa faixa etária, foram registradas média de 8,9 mortes por 100 mil nos últimos seis anos. A média nacional é 5,5 por 100 mil.
Mensurar esses números (lembrando que a notificação de tentativas e óbitos é obrigatória no País em até 24h) é fundamental para a elaboração de uma agenda estratégica para atingir meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de redução de 10% dos óbitos por suicídio até 2020. As empresas de saúde têm uma grande papel na prevenção e detecção das doenças relacionadas aos transtornos mentais responsáveis por 96,8% dos casos de suicídio. Destaque para depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.
Ricardo Pacheco, médico, gestor em saúde, presidente da ABRESST (Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho) e diretor da OnCare Saúde, ressalta que acompanhar o trabalhador de perto, com olhar do que acontece em seu entorno, com equipe multiprofissional e apoio médico integral e integrado faz toda a diferença entre prevenir e lamentar. “É preciso ter em mente cuidar do trabalhador é altamente positivo. Resguardar a saúde, física e mental das pessoas, intra e extra muros só traz benefícios e imprime excelência ao negócio”.
O médico desta que de posse dos dados do boletim o gestor de saúde pode promover campanhas voltadas para um grupo específico de pessoas, aumentando os índice de prevenção. “Como de homens (que correspondem a 79% do total de óbitos registrados), solteiros, viúvos e divorciados (60,4%). É fato que ações planejadas e focadas têm melhores resultados e maior aproveitamento dos recursos empregados”, explica o diretor da OnCare Saúde.
Olhar atento para prevenir as tentativas de suicídio, foram mais de 48 mil entre 2011 e 2016
Para o presidente da ABRESST, os números apresentados no documento devem ser considerados no plano de gestão das empresas, com foco no perfil das vítimas que infelizmente alcançaram seus objetivos, e das pessoas que já tentaram suicídio. “Lá consta que entre os anos de 2011 e 2016, ocorreram 48.204 tentativas de suicídio. Ao contrário da mortalidade, foram as mulheres que atentaram mais contra própria vida, 69% do total registrado (do total de tentativas no sexo masculino, 31,1% tinham entre 20 e 29 anos). Entre elas, 1/3 fez isso mais de uma vez. Isso deixa claro que esse as trabalhadoras precisam de atenção, com acompanhamento e assistência contínua. Por isso, uma estratégia de gestão de saúde e assistencial deve bem planejada e executada, considerando ações que possam desencadear os transtornos que levam ao suicídio”.
Nesse sentido Ricardo Pacheco enfatiza que 58% dos homens e mulheres que tentaram suicídio utilizaram substâncias que provocaram envenenamento ou intoxicação. “Por isso é preciso considerar e estar atento que entre os fatores de risco para o suicídio estão transtornos mentais, como depressão, alcoolismo, esquizofrenia; questões sociodemográficas, como isolamento social; psicológicos, como perdas recentes; e condições clínicas incapacitantes, como lesões desfigurantes, dor crônica, neoplasias malignas. No entanto, tais aspectos não podem ser considerados de forma isolada e cada caso deve ser tratado de acordo com um projeto terapêutico individual, por meio da união de esforços para diminuir a incidência de suicídios. Integrar as áreas de vigilância e assistência em saúde com programas de prevenção e cuidado da saúde mental pode diminuir a mortalidade, ao mesmo tempo que promove maior bem estar, saúde e felicidade”, completa o médico e gestor em saúde.
Sobre a OnCare Saúde
A OnCare Saúde é uma plataforma de solução integrada de saúde, que oferece assessoria e consultoria, para empresas e para população em geral. Dentro dessa plataforma, de gerenciamento macro, está a assistência médica que também garante a assistência integral social e à saúde dos beneficiários e seus dependentes, com ações de promoção, proteção, recuperação e reabilitação, de forma a contribuir para o aprimoramento do sistema social e de saúde do Brasil.
Nesse momento de pandemia a OnCare Saúde tem adotado todas as medidas sanitárias recomendadas pelas autoridades em saúde, no Brasil e no mundo. Dessa forma, os atendimentos presenciais continuarão acontecendo por ordem de chegada, como ocorre normalmente. É exigido o uso de máscaras e ofertado álcool em gel para todo usuário que tenha que se deslocar até uma unidade.
A OnCare Saúde ainda adverte que os serviços digitais são amplos e estão disponíveis 24 horas por dia; e que o paciente só se dirija a uma unidade se realmente imprescindível.
Fonte: https://www.segs.com.br/saude/253736-a-prevencao-ao-suicidio-pode-e-deve-passar-pelas-empresas