O discurso do governo de Jair Bolsonaro de que é preciso diminuir o “custo Brasil”, calculado de acordo com os economistas neoliberais pelo valor dos impostos, taxas e multas pago pelos empresários, mais uma vez mostra que é falso. Prova disto é o aumento do prejuízo com acidentes do trabalho.
Apenas em 2019, o Brasil perdeu R$ 122,8 bilhões – aumento de R$ 5,2 bilhões em relação a 2018 (R$ 117,6 bilhões), depois dos cortes de 90% nas Normas Reguladoras (NRs). As Nrs são um conjunto de normas de segurança e de medicina do trabalho que as empresas que têm trabalhadores com registro em carteira são obrigadas a cumprir. Além da abolição de normas a perda é causada também por falta de fiscalização.
O levantamento é do pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) e da Assessoria de Saúde e Previdência da Federação dos Trabalhadores do Ramo Químicos da CUT do Estado de São Paulo (Fetquim-CUT), Remígio Todeschini.
Em outro levantamento recente, ele já havia demonstrado que a tendência é piorar cada vez mais as condições de trabalho. A comprovação foi a portaria do governo federal que lançou a nova cobrança do Seguro Acidente do Trabalho (FAP), mostrando que 324 setores econômicos apresentaram maior gravidade nos tipos de acidentes e doenças, o que obrigou os trabalhadores a ficarem mais tempo afastados de suas atividades
Pelas contas do pesquisador, o Brasil pagou R$ 30,7 bilhões em benefícios acidentários no ano passado. Basta multiplicar por quatro, pela metodologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e chega-se ao prejuízo de R$ 122,8 bilhões. Em 2018, o custo para a Previdência com acidentes de trabalho ficou em R$ 29,4 bilhões.
Fonte: https://monitormercantil.com.br/pais-perde-em-um-ano-r-122-8-bi-com-acidente-do-trabalho